segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Preço baixo gera miséria!



Sem sair de casa, conseguimos fazer uma pesquisa rápida para comparar os preços de alguns produtos e para surpresa de muitos e a indignação de outros muitos notamos que os preços relativos dos produtos são muito parecidos, principalmente nos países desenvolvidos.

Sim, refrigerantes e salgadinhos, produtos totalmente industrializados e supérfluos custam quase o mesmo preço, e algumas vezes até menos que produtos menos industrializados e essenciais a vida como arroz e água!

Isto ocorre, principalmente, porque os fabricantes pagam o mesmo valor para retirar a matéria prima da natureza, alias, devido a escala e outras tramóias modernas, algumas vezes os fabricantes de bens supérfluos, isto é, não necessários a vida, pagam até menos pela matéria prima tirada da natureza.

Até ai, é o livre mercado, lei da oferta e procura e outros termos que podemos usar para explicar esse fenômeno, mas esta errado! Um refrigerante, por exemplo, não pode custar ao consumidor o mesmo preço que a água, imagine quanta química, quantos produtos, quanta água foi usada para se fazer 1 litro de refrigerante (são necessários, em média, 2 litros de água para produzir 1 litro de coca-cola). Estamos falando de um produto que não é necessário a vida, que utiliza muito mais recursos e custa o menos!

Não estou questionando como devem ser os impostos sobre cada tipo de produto (apesar de achar que da forma como é hoje, é errado), mas estou questionando o preço da matéria prima para cada tipo de produto, o preço da exploração da natureza para cada tipo de produto, o pagamento pelos serviços ecológicos. Quem for usar a água da natureza para “fazer” água, que é um produto necessário a vida humana paga menos do que quem tirar a água da natureza para produzir um refrigerante industrializado, que nada mais é que um luxo. O mesmo é valido para alimentos e outros.

Nada contra produtos industrializados, em muitos casos eles são necessários, mas se comparados com os bens necessários a vida humana, esses produtos industrializados passam a ser luxo, e luxo como o tal, tem que custar mais, temos que pagar mais caro por esses produtos do que pelos essenciais a vida.

Quanto mais baixo for o preço desses produtos industrializados mais as pessoas nos países industrializados ou em industrialização os consumirão e então mais caros ficarão as matérias primas, pois a procura será cada vez maior e assim os preços dos produtos naturais e essenciais a vida ficarão, também, mais caros e inacessíveis as pessoas que mais precisam deles, os pobres, gerando assim fome e sede e com estes todos os males de guerras civis, doenças e outros.

Um refrigerante ou um salgadinho tem que custar muito, mas muito mais que uma garrafa de água ou um saco de arroz, assim quando um “luxo” começar a subsidiar um produto natural, mais pessoas terão acesso a estes e assim menos morrerão de fome, sede, frio e etc.

Talvez isso seja muito Robin Hood, mas, é para mim, esse estilo Robbin Hood um dos únicos meios de diminuir o sofrimento de muitas pessoas, muitos povos. Não adianta esperarmos que o desenvolvimento de países pobres tragam essa solução, pois os países pobres não terão como se desenvolver, a natureza não suportará que todos os países se desenvolvam, não com o conceito de desenvolvimento que se tem hoje, onde o consumismo impera.


Thiago Cagna

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